No Dia da Consciência Negra, a reflexão é sobre a trajetória das mulheres negras e o seu papel na sociedade no Brasil dos dias atuais. As barreiras são imensas! Há muitos desafios em várias esferas, das quais ressalto algumas, a saber:
No mercado de
trabalho, as mulheres negras enfrentam maiores taxas de desemprego e
subemprego. Mesmo quando empregadas, muitas vezes são relegadas a posições de
menor remuneração e prestígio, mesmo possuindo qualificações equivalentes ou
superiores às dos homens. Por vezes, a discriminação racial e de gênero
dificulta o acesso a cargos de liderança e a salários justos, perpetuando
desigualdades econômicas.
Quanto à
educação, essas mulheres frequentemente enfrentam preconceitos que podem afetar
seu desempenho e acesso a oportunidades. A falta de representatividade no
currículo escolar e o racismo estrutural presente nas instituições de ensino
contribuem para uma evasão escolar maior entre jovens negras. Muitas deixam de
estudar para ajudar no sustento de seus lares e várias não conseguem completar
ou postergam sua formação acadêmica, o que limita as possibilidades futuras.
Em relação à
política, as últimas eleições municipais deixaram mais que evidente essa
desigualdade. Segundo dados do COMMON DATA, no relatório “Perfil dos Eleitos
2024”, disponível no sítio do Senado Federal, apesar de ter havido um avanço em
comparação às eleições de 2020, um aumento de 2,2% no número de mulheres
eleitas, passando de 15,7% para 17,9%, a sub-representação de mulheres é
evidente, pois ocupam menos de 18% das vagas do universo político. As
candidatas negras enfrentam mais barreiras ainda. Segundo o relatório, uma em
cada dez candidatas brancas foi eleita, enquanto a proporção para as negras foi
de uma a cada 26.
Portanto, a
presença de mulheres negras em cargos eletivos ainda é baixíssima. Esta falta
de representatividade acaba limitando a possibilidade de que as necessidades e
perspectivas femininas sejam adequadamente representadas e defendidas.
Diante do
exposto, é crucial que a sociedade reconheça e enfrente essas barreiras de
forma concreta. É preciso dar a mesma oportunidade para homens e mulheres no
que se refere aos seus direitos e à possibilidade da equidade social nestas
diferentes áreas.
Sigamos na
luta!
Maria
Cristina de Oliveira.
Mestre em Educação, Escritora, Membro da Academia Campinense de Letras, da Academia Campineira de Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas, da União Brasileira dos Trovadores (UBT) (Vice-presidente Estadual/SP e Delegada de Holambra) e da Academia Internacional da União Cultural.