Há algum tempo venho ensaiando a retomada das publicações neste blog, mas sempre acabava protelando. Minha justificativa era sempre a mesma: “não estou tendo tempo”.
Certa noite, em uma das reuniões da Academia Campinense de Letras, meu confrade e irmão gêmeo de posse — já que ingressamos na instituição no mesmo dia —, o talentoso Adilson Roberto Gonçalves, responsável pelo Blog dos Três Parágrafos https://adilson3paragrafos.blogspot.com/ questionou-me sobre o motivo de não estar atualizando meu espaço de reflexão e compartilhamento de escritas. Minha resposta? A mesma de sempre: “não estou tendo tempo”.
Pois bem. No dia 29 do último mês, sofri um acidente doméstico que resultou em duas fraturas no tornozelo. Veio, então, a necessidade de aguardar a cirurgia para colocação de pinos. Entre a espera pelo procedimento e as inevitáveis dificuldades de locomoção, de sono e até de higiene pessoal… o tempo passou devagar.
E agora? Eis-me aqui. Pinos colocados, inchaço reduzido e medicação sendo tomada, pelo menos neste primeiro momento, encontrei espaço para refletir sobre a imprevisibilidade da vida. Hoje podemos estar bem, cheios de vitalidade e projetos; amanhã, ah… o amanhã é incerto e pertence a Deus. Por isso, vivamos o presente de forma intensa, aproveitando cada oportunidade que a vida nos dá.
Desde o início do ano, assumi diversas atividades: sou tesoureira de duas academias literárias, vice-presidente estadual dos Trovadores do Estado de São Paulo, ofereço reforço escolar a algumas crianças do condomínio onde moro, além, claro, de ser esposa, dona de casa etc.
Certamente alguém poderá questionar: por que tantas coisas? A resposta é simples: porque gosto! Sim, nunca me vi parada, e todos que me conhecem sabem bem disso.
Outro ainda poderá dizer: será que a vida é só trabalhar, trabalhar e trabalhar? Não, a vida não é apenas isso. Mas ser ativo impede que o ser humano se perca em tristezas ou em elucubrações que não levam a lugar algum.
E quanto ao tempo… agora, com ele sobrando, entre um cochilo e outro, devido aos remédios, retomo meus escritos, desejando que não parem nunca mais. Afinal, são muitos os projetos e rascunhos iniciados, e os sonhos de colaborar com a prosa e o verso da literatura local e nacional não morrem, jamais.
Agora é focar no processo de recuperação, aproveitando ele melhor (o tempo) valorizando quem está verdadeiramente ao meu lado, sem falsidade ou interesse próprio.
Até breve!
Maria Cristina de Oliveira