A proximidade do Natal me fez lembrar de um conto que publiquei há alguns anos em um jornal do Distrito do Ouro Verde. Compartilho com vocês uma síntese dele.
“Era
véspera de Natal, e o ano havia sido duro. À mesa simples, eu e meus pais —
meus heróis — partilhávamos uma ceia modesta que, para mim, era a melhor do
mundo. Ali havia mais que comida: havia afeto.
Como
fazia todos os anos, coloquei meu sapatinho na janela e pedi ao Papai Noel uma
boneca grande, tão grande quanto os meus sonhos. Pedi também perdão pelas
travessuras e prometi ser melhor.
Acordei
cedo, guiada pela ansiedade infantil. Em silêncio, fui até a janela. O sapato
estava vazio. Olhei ao redor, procurei no chão, no alto, e nada encontrei. As
lágrimas vieram, silenciosas. Será que eu não tinha sido boa o bastante?
Voltei
para a cama com o coração apertado e ali adormeci. Ao despertar, vi meus pais
ao meu lado. Antes que eu dissesse qualquer coisa, o choro me tomou novamente.
Então ouvi palavras que
aqueceram minha alma:
— Este ano o presente precisava ser entregue em mãos.
Recebi
a boneca mais linda que já vi e, junto com ela, uma verdade que só o amor
revela: o Papai Noel sempre teve o rosto dos meus pais.
Naquele
Natal, perdi uma lenda, mas ganhei algo maior — a certeza de ser muito amada.”
Que
neste Natal possamos reconhecer os verdadeiros presentes: o amor, o cuidado, a
presença e os gestos silenciosos que aquecem o coração. Que nunca falte tempo
para abraços, nem ternura para oferecer.
Feliz
Natal. 🎄✨
Maria Cristina de Oliveira